domingo, 28 de abril de 2019

Bohemian Rapsody - Novembro 2018

Um filme estranho

Não sendo fá devoto dos Queen mas fazendo, querendo ou não, parte da minha adolescência, fui ver este Bohemian Rapsody de coração aberto e sem nada à espera. 
Para já, todos os trailers que vi estão bem mais interessantes que o filme em si. e nas palavras do Nuno Markl (não sobre isto) é um filme que vai mamar nas tetas da nostalgia. E este filme fá-lo com força e sofreguidão.


Primeiro, a história. Sendo uma espécie de biopic, fala da história do Freddie Mercury desde os tempos em que não era conhecido até ao final em 1991, com algumas da músicas mais emblemáticas da banda a surgirem como motor da narrativa do filme. Fala de amores e desamores, da vida atribulada com as festas, os amantes, o amor da vida dele etc. 


Segundo: os actores. Eu não conheci o Freddie Mercury quando o moço era vivo, logo, depreendo que deve ter havido por parte da direção de actores e dos próprios algum cuidado e investigação sobre como eles eram. E acho que é aqui que a coisa corre mal. É tudo tão estereotipado, tão artificial que não me deixou crer que aquilo tenha sido assim. O Malek faz um Freddie tão cheio de tiques e maneirismos que acaba por ser chato e sem brilho. Excepto nas partes em que cantam e preparam as músicas, Aí parece que há dois Malek, ou no extremo, dois realizadores.


Terceiro, a música. Todas as músicas do filme estão lá para dar suporte à coisa e orientar para o inevitável desfecho. A música é a única parte verdadeiramente interessante deste filme, sendo a parte final da actuação no Live Aid o climax de todo o filme.
Este filme, a certa altura, fez-me lembrar o Doors, com o Val Kilmer. Sendo o Stone um fá devoto da banda mas também um realizador incrível, foi feito com um olhar apaixonado mas tecnicamente irreprensivel. Mesmo o canastrão do Kilmer faz um bom trabalho.
Este Bohemian Rapsody é feito com paixão mas só. É um filme para se ver com olhos de fã e não com olhos de cinéfilo. 


É nisso que é estranho. Mas confesso que as quase três horas do filme passaram depressa...



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